Uma professora abriu as portas de sua casa na Bahia para estudantes que não estavam conseguindo acompanhar as aulas online por não terem acesso à internet. Ainda assim, por morarem na zona rural, muitas crianças não conseguiam ir até sua residência. Para ajudá-las, a educadora criou a Biblioteca Viajante. Montada em sua bicicleta, ela leva livros e conhecimento até os alunos. Selma Abreu, 35 anos, se formou no magistério em 2006, mas só teve oportunidade de exercer a profissão em 2007. Antes disso, para se manter próxima à escola, aceitou trabalhar como serviços gerais em uma unidade de ensino municipal. Passado esse período, ela passou a lecionar na educação de jovens e adultos e dava aula para a sua comunidade rural, localizada em Tanhaçu, no Sudoeste da Bahia. “As aulas eram na minha casa mesmo, mas eram pouco frequentadas. Só iam minha mãe, meu irmão, meu esposo, meu tio e minha tia”, conta.
De acordo com o Ecoa/Uol, Selma passou por outras escolas e trabalhou também em áreas administrativas. Até que chegou a pandemia do novo coronavírus. “A pandemia trouxe várias mudanças. Perdi o emprego e retornei para a vida na agricultura familiar, que é de onde venho. Meus pais sempre viveram no meio rural. A nossa principal atividade era trabalhar na roça, na lavoura de feijão, milho, algodão… Eu cresci vendo meus pais nessa lida com a terra”, relembra. Hoje, a principal fonte de renda da família é o milho, usado para produzir ração para a criação de gado dos fazendeiros ao redor. “Com essa renda, eu consigo ajudar meu esposo nas despesas da casa, pagar minha faculdade de pedagogia e ajudar as crianças do projeto Biblioteca Viajante”, ressalta. Embora tenha se formado há 15 anos, ela explica que suas condições financeiras só permitiram que entrasse na faculdade recentemente. Até o momento, 230 obras literárias foram doadas.
Vinny Publicidade com foto - divulgação