Após um ano de safra recorde, a produção de café no Brasil sofre uma grave crise. Por causa disso, empresários apontam que o setor pode enfrentar muitas baixas, incluindo demissões.
No ano passado, o mundo produziu 160 milhões de sacas, sendo que o mercado consome cerca de 159 milhões anualmente. Foi a maior safra da história. O Brasil também registrou produção recorde, com 62 milhões de sacas. Com a oferta maior que a demanda, o preço do café brasileiro caiu de mais de R$ 400 para algo em torno de R$ 350 este ano.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a cafeicultura emprega hoje cerca de 4 milhões e meio de brasileiros. Alguns empresários já preveem que, se nenhuma medida for tomada, 10 por cento de seus funcionários fixos devem ser demitidos após a colheita, em agosto. É o que aponta o produtor, Sergio Assis, que é também presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro.
‘Após a colheita, no tempo normal – que são os funcionários fixos – é certeza que haverá uma redução. No mínimo 10%’, afirma. ‘Isso no meu caso. No caso do cerrado eu acredito que pode ser maior’.
O presidente da comissão do café da CNA, Breno Mesquita, viaja pelo interior de Minas Gerais debatendo soluções com os produtores há cerca de 20 dias. Ele explica que a cafeicultura está ficando inviável.
‘O que a gente percebe é uma desesperança muito grande’, relata. ‘Para você ter uma ideia, nós temos regiões de Minas Gerais onde o custo de produção ultrapassa R$ 500. Essa mesma região está vendendo café a R$ 350’.
Mais da metade da produção brasileira de café vem de Minas. O estado é responsável por um quinto do café no mundo. Diante da crise no setor, o governo mineiro enviou um ofício ao Ministério da Agricultura solicitando medidas urgentes para evitar impactos na economia. Por exemplo, a extensão dos prazos para pagamentos de financiamento nos bancos públicos, e a publicação de um edital para que os empresários possam vender as sacas para a União. Dessa forma, o governo pode utilizar um preço tabelado, e estocar o café para diminuir a oferta, fazendo o preço subir. Ambas as medidas já foram tomadas em outros momentos de crise nos últimos 18 anos.
Dos 463 municípios de Minas Gerais que produzem café, grande parte depende exclusivamente do grão para fazer a economia girar. É o caso da cidade de Cabo Verde, no sul do Estado. Preocupado, o prefeito Edson José Ferreira conta que a população toda já está sofrendo.
‘O que está acontecendo muito aqui é que a inadimplência está muito grande porque não tem dinheiro’, alega. ‘O problema é que não tem serviço. Não tem outra atividade aqui que dá mais emprego que o café; 80% é para o café. E outra, o ICMS vem em cima do preço do café. A matemática é uma só. Vem menos dinheiro para a prefeitura’.
Questionado pela CBN sobre a crise no setor do café, o Ministério da Agricultura informou que ainda não tem medidas concretas definidas, mas que está negociando uma forma de atender as demandas. (Vinny Publicidade com fonte – CBN (Por Laura Marques).
No ano passado, o mundo produziu 160 milhões de sacas, sendo que o mercado consome cerca de 159 milhões anualmente. Foi a maior safra da história. O Brasil também registrou produção recorde, com 62 milhões de sacas. Com a oferta maior que a demanda, o preço do café brasileiro caiu de mais de R$ 400 para algo em torno de R$ 350 este ano.
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a cafeicultura emprega hoje cerca de 4 milhões e meio de brasileiros. Alguns empresários já preveem que, se nenhuma medida for tomada, 10 por cento de seus funcionários fixos devem ser demitidos após a colheita, em agosto. É o que aponta o produtor, Sergio Assis, que é também presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro.
‘Após a colheita, no tempo normal – que são os funcionários fixos – é certeza que haverá uma redução. No mínimo 10%’, afirma. ‘Isso no meu caso. No caso do cerrado eu acredito que pode ser maior’.
O presidente da comissão do café da CNA, Breno Mesquita, viaja pelo interior de Minas Gerais debatendo soluções com os produtores há cerca de 20 dias. Ele explica que a cafeicultura está ficando inviável.
‘O que a gente percebe é uma desesperança muito grande’, relata. ‘Para você ter uma ideia, nós temos regiões de Minas Gerais onde o custo de produção ultrapassa R$ 500. Essa mesma região está vendendo café a R$ 350’.
Mais da metade da produção brasileira de café vem de Minas. O estado é responsável por um quinto do café no mundo. Diante da crise no setor, o governo mineiro enviou um ofício ao Ministério da Agricultura solicitando medidas urgentes para evitar impactos na economia. Por exemplo, a extensão dos prazos para pagamentos de financiamento nos bancos públicos, e a publicação de um edital para que os empresários possam vender as sacas para a União. Dessa forma, o governo pode utilizar um preço tabelado, e estocar o café para diminuir a oferta, fazendo o preço subir. Ambas as medidas já foram tomadas em outros momentos de crise nos últimos 18 anos.
Dos 463 municípios de Minas Gerais que produzem café, grande parte depende exclusivamente do grão para fazer a economia girar. É o caso da cidade de Cabo Verde, no sul do Estado. Preocupado, o prefeito Edson José Ferreira conta que a população toda já está sofrendo.
‘O que está acontecendo muito aqui é que a inadimplência está muito grande porque não tem dinheiro’, alega. ‘O problema é que não tem serviço. Não tem outra atividade aqui que dá mais emprego que o café; 80% é para o café. E outra, o ICMS vem em cima do preço do café. A matemática é uma só. Vem menos dinheiro para a prefeitura’.
Questionado pela CBN sobre a crise no setor do café, o Ministério da Agricultura informou que ainda não tem medidas concretas definidas, mas que está negociando uma forma de atender as demandas. (Vinny Publicidade com fonte – CBN (Por Laura Marques).