Recentemente, noticiamos a situação precária na delegacia de Ituaçu, que conta apenas com um delegado e um escrivão para tomar conta de oito detentos. Eles foram obrigados pela falta de segurança a cancelar as visitas de parentes na última quarta-feira (10). Logo depois, no período da noite, por volta das 23h, o detento Alex José Lopes, de 31 anos, se matou utilizando um lençol dentro da cela. O delegado Fábio Lago informou ao site que Alex já apresentava quadro depressivo e tinha ficado ainda mais abatido pelo fato de não ter recebido a visita da filha. “Ele colocou um lençol na frente da cela para ninguém ver o que ia fazer e aí praticou o ato. Alguns presos gritavam pedindo socorro, mas como não temos carcereiro, os gritos só foram ouvidos por um vigilante que passa pela rua ao lado da delegacia, que acionou a polícia militar. Porém, quando a guarnição chegou ao local, já era tarde, pois o rapaz já estava sem vida”, relatou Lago. Antes disso, o custodiado deixou um bilhete para a esposa e a filha de três anos, a quem chamava de “minha bonequinha”. O delegado disse ainda que Alex cumpria pena por roubo simples, mas não tinha condições de pagar a fiança arbitrada. “E pensar que ele estava detido por um roubo simples de um celular. Se ele fosse rico seria chamado de cleptomaníaco, mas como era pobre virou bandido”, comentou o delegado, que em seguida desabafou sobre a atual situação na delegacia local e com o sistema prisional do país. “É uma lástima para o sistema penitenciário e para a sociedade. É a falência completa da falta de ressocialização dos presos que aqui vivem em cárcere privado sem direito a banho de sol e agora sem visitas. Como cristão só lamento esse trágico desfecho”, concluiu o delegado. (Foto: Lay Amorim)/(Brumado Notícias).
